Notícias
09 Julho 2024em RTP3
Comentário de Carlos Melo Alves em reação ao falecimento da anterior Procuradora Geral da República

 Ao telefone Carlos Melo Alves comentário para a RTP3 no “3 às 16” dia 9 de julho de 2024
 
>> Link
 
“A primeira palavra que me ocorre é de uma magistrada humilde, apesar do mandato dela ter sido marcado, [como diz e muito bem], por vários processos mediáticos, a verdade é que a discrição foi marcante em todo o seu mandato. Não foi necessário vir a terreiro esclarecer, apesar dos processos mediáticos terem sempre algum tumulto a nível processual, mas a verdade é que não foi necessário a Senhora Procuradora vir estancar qualquer problema, como agora tem surgido no âmbito do mandato da Senhora Procuradora atual.

Contactei profissionalmente uma ou duas vezes a Senhora Doutora Joana Marques Vidal, a última delas foi no processo de Tancos em que ela foi testemunha e foi de uma humildade que foi de destacar por todos os intervenientes processuais, pois apesar de ser um julgamento e uma instância muito tensa, foi sempre de uma enorme dignidade a responder a todos os intervenientes processuais e a mim particularmente, que tinha uma missão difícil a defender o meu cliente.

Por isso, tenho uma imagem muito, mas muito favorável da Doutora Joana Marques Vidal, é o que se me ocorre dizer de imediato.

[…]
Há quem diga que foi a partir do mandato dela que houve uma viragem no combate à corrupção. A verdade é que esse combate foi de tal forma bem recebido por todos os cidadãos, que mesmo os próprios políticos levantaram a possibilidade de a Senhora Procuradora ser reconduzida no cargo. Isso atesta bem a qualidade e a forma recetiva com que todos nós vimos o seu mandato.

[…] Todos ficaram satisfeitos com a forma como conduziu o seu mandato, que às vezes é difícil e, estamos a ver isso agora da Senhora Procuradora com processos em que se combate a corrupção, designadamente quando envolvem políticos, mas no mandato da Senhora Procuradora Joana Marques Vidal as coisas passaram-se de forma muito discreta. Todos perceberam qual era o comportamento e quais eram as exigências que um mandato impunha e ela soube desempenhá-lo com qualidade e com competência e, por isso, havia uma franja muito grande dos meios da Justiça que pretendiam que fosse reconduzida e só não foi, penso eu, porque a tradição era que deve haver uma rotatividade na nomeação dos procuradores.

Por isso, repito, tenho uma imagem muito favorável da Senhora Procuradora Joana Marques Vidal, sobretudo da humildade ainda mais pela forma competente como foi.
[…] Acho que sempre jogou na prevenção. Quando era necessário estancar algum problema que surgia, ela sabia o que devia fazer. Recordo-me de algumas conversas que tive com magistrados e todos partilhavam da opinião de que foi uma magistrada que sabia agir quando era necessário e optar pelo silêncio quando entendia que não era necessário vir para a comunicação social. Tinha provavelmente algum traquejo de lidar com os meios de comunicação social e, sobretudo, tinha um grande apoio a nível da magistratura do Ministério Público.

Atenção, o seu browser está desactualizado.
Para ter uma boa experiência de navegação recomendamos que utilize uma versão actualizada do Chrome, Firefox, Safari, Opera ou Internet Explorer.